sábado, 20 de março de 2010

A GREVE INVISÍVEL

A quase 14 dias os professores da rede de ensino estadual entraram em greve por tempo indeterminado. São mais de 40 mil professores parados, cerca de 1 milhão de alunos sem aulas e mais de 8 mil pessoas na manifestação em São Paulo. Mas, o mais interessante, é que nada disso ainda não apareceu no Jonal ou na Televisão.

No começo da semana passada, quando começaram as reuniões nas escolas para decidir o futuro da greve, os professores e dirigentes queriam saber o tamanho da greve, quantos escolas já haviam parado, se as secretarias também fechariam e etc. Tiveram então que recorer aos meios de comunicação para saber o panorama da greve até o momento.

Em meio a notícias de eliminação do BBB, de um novo produto de diminuição de peso e de algum novo filme de vampiro, estava lá, apenas uma nota, quase imperceptível a olho nú, sobre a greve dos professores. Pior de tudo, essa reportagem ainda criava certa desconfiança quanto a greve dos professores. Enquanto o sindicato divulgava que cerca de 60% das escola já estavam em greve o governo, através dos meios de comunicação, afirmava ser de apenas 1%. "Do universo de 5000 escolas existentes na rede, apenas 0,24% estão paralisadas, ainda assim, apenas parcialmente", informou a assesoria de impresa do Estado ao jornal eletronico da Uol. (http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/03/09/ult105u9161.jhtm)

Se já não bastasse o “silêncio” da imprensa nacional, as poucas notícias que existem sobre a greve ou focam os danos dos alunos pela falta de aulas e possíveis reposições ou monstram argumento ridículos do Governado. Como por exemplo esse, divulgado pela Folha on line:

"A carreira do professor está voltando a ser atraente, diz o governador. Neste ano, o Estado abriu concurso para 10 mil novas vagas. No total, foram mais de 261 mil inscritos. Se fosse mau negócio, você não teria 26 candidatos para cada vaga", afirma Serra. (http://www1.folha.uol.com.br/folha/podcasts/ult10065u705009.shtml)

A carreira do professor está voltando a ser atraente mesmo(risos), quem não quer dar aula para uma sala com 42 alunos? Ou melhor, se for professor do ensino fundamental, não precisar reprovar ninguém, na verdade não pode mesmo. E, quase me esqueci, tudo isso ainda recebendo um salário, ta certo que é o menor salário de funcionario público com nível superior que existe, mas tudo bem.

E esse número enorme de candidatos vaga será que é somente por ser atraente a profissão? Certamente não tem nada a ver com os 10 anos sem concurso públicos para professor. Sarcasmos a parte, se o governador se assusta com os 26 canditos vaga do cuncurso para professor, o que será que ele pensa a respeito ao 375 candidatos/vaga do concurso para agente penitenciario do estado ocorrido no ano passado?

Enquanto esse movimento, em busca de uma melhoria na qualidade da educação em nosso estado, for incobertada pela grande mídia brasileira não haverá pressão suficiente sobre o governo para que ele possa, pelo meno, receber os diirigente e pensar em uma solução para essa greve e para novos caminhos da educação no estado.

Por Denilton Mazoni
Professor Licenciado em Sociologia pela UEL/PR
e Pós Graduando em História e Mídia - FAI/SP

Um comentário:

  1. Belo texto Zulis!

    era algo q eu já estava querendo discutir com vc... pq é engraçado como tem importancia quando param qualquer tipo de agente da saúde e não quando param quase todas as escolas do estado!

    Parabéns também ao Serra pelo seu comentário bastante infeliz!!!

    Abraços

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